quarta-feira, 3 de novembro de 2010

ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL NA GRAVIDEZ

Ajuste sua alimentação, mesmo que ela já seja boa

Agora que você está grávida, é importante tentar aumentar a ingestão de determinadas vitaminas e sais minerais (como ácido fólico e ferro). O consumo de calorias pode aumentar um pouquinho conforme a gravidez avança.

Se você não era de se preocupar muito com a comida, agora vale a pena passar a fazer refeições mais pensadas e equilibradas. Limite a quantidade de guloseimas e de fast food, que têm muitas calorias e poucos nutrientes.

Durante a gravidez, seu corpo trabalha de forma ainda mais eficiente, tirando o máximo de energia do que você come. Por isso, nos primeiros seis meses de gestação a maioria das mulheres nem precisa comer mais do que já comia. Só nos últimos três é que é aconselhável comer 200 calorias a mais, mas isso não quer dizer quase nada, já que 200 calorias equivale a meras duas torradas com manteiga, por exemplo.

Guie-se pelo seu apetite, que pode variar dependendo da fase da gravidez. Nas primeiras semanas ele pode sumir, por causa do enjoo. Mas às vezes, em especial à noite (ou no meio da madrugada), é provável que você sinta a necessidade súbita de comer alguma coisa para preencher um "buraco no estômago".

No segundo trimestre, seu apetite deve ficar igual ao que era, ou um pouco maior. No terceiro, você deve ficar com mais fome, mas precisa tomar cuidado porque serão mais frequentes a azia e a má digestão.

Se você estiver engordando pouco e seu médico estiver satisfeito, não precisa ficar controlando a alimentação. Só tente comer as comidas certas.


Quais são as comidas erradas?

A grávida pode comer quase tudo, mas deve evitar alguns tipos de alimentos. São eles:

• peixes e frutos do mar crus, como ostras e sushi (o sushi pode ser ingerido se o peixe tiver sido congelado antes).

• queijos de casca branca, como brie e camembert, e queijos com fungos, como roquefort e gorgonzola. Evite também queijos do tipo frescal (ou "minas"), que podem ser feitos com leite não-pasteurizado. O problema é a possível presença de uma bactéria que causa a listeriose, doença que pode prejudicar o bebê.

• carne bovina malpassada ou crua (como carpaccio), carne de porco malpassada e ovos crus (como massa de bolo, gemada, ovo frito com gema mole e algumas sobremesas -- musses, por exemplo). A precaução é para evitar bactérias que possam afetar o bebê.

• bife de fígado e miúdos, para evitar a sobrecarga da forma retinóica da vitamina A, que pode ser prejudicial ao feto.

• cação, peixe-espada e tubarão, que podem conter níveis perigosos de mercúrio. O atum deve ser limitado a quatro latas por semana ou dois filés frescos por semana, pelo mesmo motivo. Outros peixes são seguros e fazem bem ao bebê e a você. As recomendações quanto ao mercúrio valem também para quem está pensando em engravidar e para o período de amamentação.

• se você tiver na família pessoas com alergias (a nozes, castanhas ou amendoim, por exemplo), é bom evitar esses alimentos na gravidez.

• bebidas alcoólicas. O consumo de álcool pode causar sérios problemas no bebê, por isso os especialistas recomendam cortar totalmente as bebidas alcoólicas na gravidez.

• bebidas e alimentos com cafeína. Pesquisas ligaram o consumo de mais de 300 mg de cafeína por dia ao risco de aborto espontâneo e de a criança nascer com baixo peso, e um estudo especulou que até doses bem pequenas de cafeína já podem influenciar na perda do bebê. Não tome mais que três xícaras de café por dia, e, se possível, prefira bebidas descafeinadas.


Tome vitamina pré-natal

Num mundo ideal -- em que não existisse enjoo, por exemplo --, não seria tão difícil manter uma alimentação equilibrada. Mas, no mundo real, é mais garantido recorrer a um suplemento vitamínico pré-natal para ter certeza de que seu corpo receberá todos os nutrientes de que precisa. Converse com seu obstetra.

O ácido fólico é um suplemento especialmente importante, que deve ser tomado até antes de engravidar, e durante os três primeiros meses da gestação. A deficiência desse tipo de vitamina B está ligada a problemas na formação neurológica do bebê, como a espinha bífida. A recomendação mínima é de 400 mcg de ácido fólico ao dia.

Os médicos costumam receitar um suplemento mais completo, com várias vitaminas e ferro, a partir do terceiro mês, quando os enjoos melhoram e a vitamina é mais bem tolerada pelo estômago.

Se você for vegetariana ou tiver algum problema de saúde como diabete, diabete gestacional, pré-eclâmpsia ou anemia, ou se no passado já teve um bebê de baixo peso, o médico provavelmente terá orientações especiais para a sua alimentação, ou ele pode encaminhá-la para um nutricionista.

Lembre-se, porém, de que nem sempre a vitamina é boa. Suplementos de vitamina A contêm retinol, por exemplo, que pode ser tóxico ao bebê em grandes quantidades.


Não faça regime

Fazer dieta durante a gravidez pode prejudicar o bebê e você também. Dependendo do tipo de regime, você pode ficar com deficiência de ferro, de ácido fólico e de outras vitaminas e sais minerais importantes. Lembre-se de que engordar faz parte da gravidez.

Mulheres que comem bem e que engordam o recomendável têm mais probabilidade de ter bebês saudáveis. Se você está comendo alimentos saudáveis e está engordando, relaxe: é isso que tem de acontecer! Quem era bem magra antes de engravidar tem mais "tolerância" para engordar.

Se você já estava acima do peso antes de engravidar, pode melhorar a qualidade da sua alimentação, eliminando guloseimas e comidas gordurosas demais e começando a fazer atividade física (sempre consultando o médico antes). Nesse caso, pesquisas já mostraram que não há problema em não engordar nada durante a gravidez, ou até emagrecer, pois as reservas de gordura acumuladas no seu corpo vão suprir as necessidades calóricas do bebê.


Engorde aos poucos

O ganho de peso varia de mulher para mulher, e depende de vários fatores. Em países como o Reino Unido a balança já nem faz mais parte das consultas do pré-natal, porque os médicos não vêem necessidade de um controle rígido do peso.

A média de ganho de peso na gravidez parece estar entre 8 e 15 kg. Mas, em vez de pensar na balança, concentre-se na qualidade do que come: muita fruta, legumes e verduras, boas quantidades de proteína e só um pouco de gordura e açúcar. Para saber mais, consulte nosso artigo sobre ganho de peso na gravidez.


Faça pequenas refeições em intervalos regulares

Mesmo que não esteja com fome, é melhor não deixar o estômago muito tempo vazio. É aconselhável fazer cinco ou seis pequenas refeições em vez das três grandes refeições tradicionais, principalmente se você estiver sofrendo muito com enjoos, azia ou má digestão.

Não pule refeições, porque o bebê precisa estar constantemente alimentado.


Uma guloseima aqui ou ali não faz mal

Não há por que abrir mão de tudo o que você gosta só porque está grávida. Mas também não é bom deixar que alimentos industrializados, salgadinhos e doces formem a base da sua alimentação.

Na hora da vontade de comer aquela guloseima, experimente colocar uma banana no microondas com um pouco de canela, ou tome uma batida de iogurte com frutas congeladas. Você só tem a ganhar se conseguir achar uma guloseima "mais saudável"!

E, de vez em quando, por que não mergulhar naquele maravilhoso bolo de chocolate ou num brigadeiro? Aproveite cada pedacinho, você merece!

GANHO DE PESO NA GRAVIDEZ


Qual é o ganho de peso ideal na gravidez?

Antes de qualquer coisa, ponha na sua cabeça que não tem jeito, você vai engordar. O ganho de peso é necessário porque seu corpo está crescendo e mudando, para proporcionar as melhores condições ao bebê. Veja para onde vão os quilos extras:

• Ao nascer, o bebê vai pesar em torno de 3 kg.

• Ao longo da gravidez, a camada muscular do seu útero cresce bastante, e passa a pesar 900 g a mais.

• A placenta, que nutre o bebê, pesa 600 g ao final da gravidez.

• Seus seios aumentam de tamanho e pesam 400 g a mais.

• O volume de sangue que circula no seu corpo cresce, e todo o sangue extra pesa 1,2 kg.

• Você acumula líquido no organismo, além do líquido amniótico que envolve o bebê, num total em média de 2,6 kg.

• Além disso, você acumula gordura no corpo durante a gravidez para garantir um estoque extra de energia para a fase da amamentação. Esse total é de cerca de 2,5 kg.

Portanto, ao final da gravidez, por essa média, você estaria pesando 11,2 kg a mais do que pesava antes de engravidar. É claro que as coisas não funcionam bem assim, já que ninguém é uma média. Nossa calculadora do ganho de peso na gravidez vai lhe dar uma estimativa mais personalizada. Existem variações, mas o ganho de peso da gravidez está intimamente ligado ao seu IMC (índice de massa corporal) de antes de engravidar. (veja a seção Como calcular seu IMC, abaixo).


O obstetra vai me pesar em todas as consultas?

Muito provavelmente sim, já que a pesagem faz parte da tradição do controle do pré-natal no Brasil. Em alguns países, entretanto, os médicos se deram conta de que esse momento acaba deixando as pacientes mais estressadas que qualquer coisa, e que o dado não é tão importante assim para avaliar o andamento da gestação. Um ganho de peso repentino, porém, vai ser percebido visualmente tanto pela mulher como pelo obstetra, e deve ser avaliado com atenção (assim como o pouco ganho de peso).



Como calcular seu IMC

O IMC deve ser calculado em relação ao peso e à altura de antes da gravidez. O cálculo do índice de massa corporal é feito da seguinte forma (se não quiser quebrar a cabeça com contas, use nossa calculadora do IMC):

1. Multiplique sua altura em metros por ela mesma (1,60 ao quadrado, por exemplo, que dá 2,56).
2. Divida seu peso em quilos por esse número. Se você pesa 60 kg, o IMC será 60 dividido por 2,56 = 23,43.


O IMC é classificado da seguinte forma:
IMC de menos de 18,5 - Abaixo do peso
IMC de 18,5 a 25 - Ideal
IMC de 25 a 30 - Acima do peso (sobrepeso)
IMC de 30 a 40 - Obesidade
IMC acima de 40 - Obesidade severa


O IMC e o ganho de peso na gravidez

A recomendação do Instituto de Medicina dos Estados Unidos é de que as mulheres calculem o ganho de peso ideal com base no IMC de antes da gravidez. Quanto maior o IMC inicial, menor deve ser o ganho de peso.

• Se o IMC era de menos de 19,8, o ganho de peso ideal é de 12,5 kg a 18 kg.

• Se o IMC era de 19,8 a 26, o ganho de peso ideal é de 11,5 kg a 16 kg.

• Se o IMC era acima de 26, o ganho de peso ideal é de 7 kg a 11,5 kg.

Para mulheres de menos de 20 anos, o recomendado é engordar o maior número de quilos dentro da faixa de peso ideal para seu IMC.


E quando a mulher já estava acima do peso?

Os especialistas afirmam que mulheres com IMC pré-gravidez mais alto devem tentar engordar o menos possível na gestação. O ganho excessivo de peso pode aumentar o risco de hipertensão e diabete gestacional, além de o bebê poder ficar grande demais.

Mas não é para tentar fazer regime. Pesquisas mostram que, para mulheres grávidas acima do peso, ou que tenham engordado mais que o recomendável na primeira metade da gestação, uma dieta de baixa caloria não reduz o risco de pressão alta ou pré-eclâmpsia. O bebê também não será beneficiado se você fizer regime.

O melhor a fazer é conseguir orientações sobre como se alimentar de forma sensata e balanceada, para que os quilos não se acumulem demais, mas o bebê cresça saudável. Tente manter a alimentação normal e diminuir o consumo de coisas como bolachas, bolos, doces e sorvetes, que não são muito nutritivos.


E quando a mulher engravidou magra demais?

O ideal é que uma mulher abaixo do peso não tente engravidar antes de chegar a um mínimo normal. Uma das dificuldades é a própria fertilidade, que fica afetada. Além disso, quando se está abaixo do peso o bebê pode nascer pequeno, e bebês pequenos podem ter problemas. Se você já está grávida, converse com seu obstetra ou procure um nutricionista para receber orientações sobre a alimentação ideal para você e para o bebê.


Diabéticas têm recomendações especiais?

Para diabéticas, é especialmente importante engravidar com um IMC saudável. Se você está lendo este artigo antes de engravidar, converse com seu médico sobre sua alimentação. Caso você já esteja grávida, terá de tomar cuidados especiais para manter seus níveis de açúcar no sangue estáveis. Peça aos seus médicos orientações sobre a alimentação mais saudável para o seu caso.


Como controlar o peso

Não precisa se estressar com a alimentação. Basta ser razoável. Uma mulher grávida precisa de cerca de 2.500 calorias por dia. Uma alimentação sensata é a que tem cinco porções de frutas, verduras e legumes por dia, e alimentos de todos os grupos:

• Cerca de 10 por cento das suas calorias deve vir de proteínas, como carne, peixe, ovos e grãos.

• Cerca de 35 por cento das suas calorias deve vir de derivados do leite, como manteiga e queijo, e de gordura (por exemplo a gordura da carne ou do frango, nozes e amêndoas etc.). A proporção é um pouco menor para quem está acima do peso.

• Cerca de 55 por cento das suas calorias (a maior parte) deve vir dos carboidratos, como pão, macarrão, arroz, feijão e cereais em geral. Produtos integrais são melhores que os feitos com farinha branca. Além de mais saudáveis, eles prolongam a sensação de saciedade.

Não há problema em comer um chocolate de vez em quando, mas não se esqueça de que quase tudo o que você engordar na gravidez vai continuar no seu corpo por um tempo depois que o bebê nascer. Emagrecer logo depois do parto não é lá muito fácil.

GRÁVIDA DE PIERCING ????


Se você ainda não tem um piercing no umbigo e está louca para colocar, é melhor adiar o projeto para depois do parto, já que o crescimento da barriga estica a pele e pode provocar irritação na região. Além disso, com o passar dos meses, vai ficar cada vez mais difícil manter a área limpa e evitar uma infecção.

"Mesmo que retirado o piercing no início da gravidez, o furo tende a se alargar", observa a obstetra Eleonora F. Stocchero Fonseca. "O ideal é tirar alguns meses antes de engravidar para tentar cicatrizar o furo antes do crescimento da barriga."

Lembre-se de que terá que tirá-lo de qualquer jeito se for se submeter a uma cesariana, porque não pode haver metal perto do local onde a incisão será feita. O equipamento usado para estancar o sangramento das veias depois do parto pode estragar o piercing e causar danos nos tecidos ao redor. Mesmo porque ninguém vai querer arriscar perder o piercing dentro da barriga!
 
©2008 Marcia Amarante Por Bebezinho Saudavel